domingo, 11 de julho de 2010
Dois oito aos dezesseis
Quando pequena a garotinha só queria ter oito anos.
Logo depois, veio a vontade de ter uma década. Talvez fosse fantástico fazer dez anos, pra quem ainda tinha oito. Mas se fosse tão fantástico, porque chegou aos dez e a garotinha quis ter dezesseis?!
Passara um, dois, três, quatro anos e a garotinha estava feliz, prestes a completar quinze anos, ela já sentia-se grande; era como se fosse algo a mais, alguém a mais. Mas nada mudou.
Na verdade, ter quinze anos pra ela não bastava, ela queria era os sonhados dezesseis.
Com quinze anos o que passa na cabeça de uma menina?
Aquela garotinha, sonhava em ser livre. Sonhava em alcançar o topo, querendo sempre mais.
Mas o que você entede por liberdade? O que alguém entede por ser livre?
Aos quinze anos - quase dezesseis- ser livre talvez seja sair de casa, ir em baladas, virar a noite com os amigos. ''sex, drugs and rock'n roll''.
Aos cinquenta anos, talvez seja a calmaria do campo, ouvindo os pássaros cantarem, regado por uma bela aposentadoria.
Completados os tão esperados dezesseis anos, a garotinha se deu conta de que nada mudou, e que apenas um algarismo da sua idade modificou-se.
Começou a entender um pouco mais detalhado tais sentidos da vida. E que, por exemplo, não é a idade transforma a cabeça e sim a cabeça que pode transformar uma idade.
Quando começou a conseguir todas as futilidades que se passavam a um anos atras em sua cabeça, enxergou que o mundo gira muito além disto. Que contos de fadas só existem nos livros em que lia ao cinco anos, e que nunca gostou. Que pobreza e a fome do planeta vai muito além do que ela via nas ruas de São Paulo.
Pequena e com um grande coração, a garotinha desde sempre caridosa, só pensava em ajudar.
Passado dez meses de seu aniversário de dezesseis anos, com a cabeça um pouco mais madura e agora de olhos bem abertos, a bela não queria completar os dezessete que seriam sucedidos pelos dezoitos e acompanhado das tais responsabilidades que seus pais dizem desde que ela aprendeu a ler e escrever.
A garotinha descobriu que precisa viver cada momento no seu tempo. E descobriu que o que mais precisa e aprecia é a liberdade. Mas não essa liberdade de viver e enlouquecer, pensando que está conseguindo tudo e radicalizando por aí.
Ela descobriu que é a liberdade em que não importa se você é mais ou menos pro outro, na liberdade dela, todo mundo é igual. Na sua liberdade tem amor, há prazer. Ela sabe que por mais sujo que todo este mundo seja, no seu mundo e na sua liberdade o que sempre irá reinar é pureza.
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